quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"Isto não é recessão — É uma demolição planeada"

Merece ser lido o artigo com o titulo acima, trata da crise financeira global. foi escrito por Mike Whitney e publicado aqui onde poderá ler na íntegra.



O crédito não está a fluir. De facto, o crédito está a contrair. Isto significa que as coisas não estão a ficar melhor, elas estão a ficar pior. Quando o crédito se contrai numa economia guiada pelo consumidor, coisas más acontecem. O investimento em negócios cai, o desemprego eleva-se, as receitas afundam e o PIB encolhe. O Fed gastou mais de um milhão de milhões (trillion) de dólares a tentar fazer com que consumidores começassem a tomar empréstimos outra vez, mas sem êxito. Os motores do crédito do país estão a ranger para uma paragem.

Bernanke aumentou as reservas no sistema bancário em US$800 mil milhões, mas a concessão de empréstimos ainda é lenta. Os bancos estão a entesourar capital a fim de tratar as perdas dos activos tóxicos, empréstimos não cumpridos, e de uma bolha no imobiliário comercial de US$3,5 milhões de milhões que se segue à habitacional. Eis porque a taxa de falências bancárias está a acelerar. 2010 será ainda pior; a lista está a crescer. É um banho de sangue.

Os padrões para empréstimos convencionais têm-se tornado mais apertados ao passo que o conjunto de tomadores de empréstimos aptos em termos de qualidade de crédito se contraiu. Isto significa menos crédito a fluir para dentro do sistema. O sistema bancário sombra foi amarrado pelo congelamento na titularização e apenas proporciona uma porção insignificante do crédito necessário para fazer crescer a economia. As iniciativas de Bernanke não fizeram a mínima diferença. O crédito continua a murchar.

O índice S&P 500 está 50 mais alto em relação à sua alta de Março. As financeiras, o retalho, os materiais e industriais estão a conduzir o pacote. É uma corrida ao Bear market dos "Rebentos verdes" alimentada pela Facilidade Quantitativa (Quantitative Easing, QE) do Fed a qual está a forçar liquidez para dentro do sistema financeiro e a levantar as acções. A mesma coisa aconteceu durante a Grande Depressão. As acções subiram após 1929. Então a tendência prevalecente ganhou domínio e arrastou o Dow 89 pontos para baixo em relação às suas alturas anteriores. A baixa de Março do S&P será testada antes de a recessão estar ultrapassada. A desalavancagem do sistema amplo está em andamento. Isso não mudará.

Ninguém é enganado pelos fogos de artifício na Wall Street. A confiança do consumidor continua a afundar. Toda a gente sabe que as coisas estão más. Toda a gente sabe que o media estão a mentir. O crédito está a contrair; o sangue vital da economia reduziu-se a um pingar. A economia está a dirigir-se para uma aterragem forçada.

Bernake abandonou todos os sinais de stop. Ele reduziu as taxas de juro a zero, protegeu todo o sistema financeiro com US$12 milhões de milhões (trillion), escorou instituições financeiras insolventes e monetizou US$1 milhão de milhões em títulos apoiados por hipotecas e dívida soberana dos EUA. Nada funcionou. Os salários estão a cair, os bancos estão a cortar linhas de crédito, poupanças para aposentadores foram cortadas pela metade e as perdas com a situação líquida das casas continuam a subir. Os padrões de vida não podem mais ser remendados com cartões VISA ou Diners Club. Os gastos das famílias têm de ajustar-se aos salários de cada uma. Eis porque o comércio a retalho, as viagens, a melhoria dos lares, os ítens de luxo e os hotéis estão todos dois dígitos abaixo. O dinheiro fácil secou.