terça-feira, 19 de agosto de 2008

Uma história real sobre um corpo caído no Patrice

Eram 6.30h a paragem como sempre a esta hora no bairro Patrice lumumba, serpenteava mais de cem metros. Era segunda feira, retoma do trabalho. Olho para o outro lado da estrada, no passeio estava um homem estendido. Sangrava tinha marcas sangue nas narinas e na boca. Pensei... será que está morto? O que eu podia fazer? Pensei se eu me aproximasse poderiam achar que eu sou um estranho? Ou um cidadão preocupado, e até possivelmente um familiar ou vizinho? Ninguém se aproximou do homem estendido nem eu. Todos estavam preocupados em garantir seu lugar na bicha e tomar o chapa e ir ao serviço, escola ou seja lá onde for que o fez sair a aquela hora. Olhei outra vez, não sabia, o que fazer, pensei em filmes. Se eu me aproximasse poderia ser acusado de ter destruído indícios para investigação policial? E se o homem deitado não estivesse morto estivesse apenas caído com uma hemorragia nasal e bocal? Como poderia saber se não me aproximasse? Olhei vi como se ele expelisse um pouco mais de sangue pela boca... será que eu vi bem? Ninguém na bicha estava interessado em comentar sobre o homem caído. Chegou um policia, um sinsentinho que olho distanciado do homem caído ou era já um corpo morto e não disse nada, afastou-se pegou no seu celular e ligou não sei para onde. Passados alguns minutos regressou e cobriu o corpo ou era apenas um homem caído? Cobriu com uma capulana, e mesmo assim não acreditei que o homem estivesse morto porque quando o policia se aproximou do corpo não fez nenhum exame senão olhar, não pegou o pulso para sentir se tinha alguma palpitação. Não pegou o nenhuma zona do corpo para sentir se o corpo estava frio. Simplesmente cobriu o corpo com uma capulana e limitou-se a aguardar. E se não fosse um corpo apenas um homem desmaiado ou em coma?

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Bairro Patrice Lumumba

O meu projecto actual sobre paisagens urbanas é o bairro Patrice Lumumba na Cidade da Matola. Um bairro Muito populoso lá para os lados do estádio da Machava, Bo, vizinho de T3, Singatela, Machava e Infulene.

Muita coisa se pode contar sobre o bairro, desde suas bichas de autocarro pela manhã que todas juntas fazem quase 150 metros, suas noites que teimam em não acabar no mercado repletos de bares ou barracas? Onde pessoas não só do bairro afogam suas magas e contentamentos. As mamanas que vendem até altas horas da noite. Um mar de pessoas preocupadas em sobreviver. Há muito por se ver e contar.