quinta-feira, 31 de julho de 2008

Mugabe e a arte da guerra de Sun Tsu



Sun Tsu disse

"O comandante é o equilíbrio da carruagem do Estado. Se este equilíbrio estiver bem colocado, a carruagem, isto é, a nação será poderosa; se o equilíbrio estiver defeituoso, a nação, certamente, será fraca".

Estive a reler a “arte da guerra” de Sun Tsu, sempre refrescante apesar de tratar de um assunto que para muitos é perverso, mas contudo faz parte do actual modo de vida humano. Mas a arte da guerra não é apenas aplicada a guerra militar como vários autores reconhecem tem aplicação em todos os campos da existência humana como na administração de empresas, marketing entre outros ramos, porque na verdade em disputas bélicas e outras competições só vence quem souber gerir as condições que determinam as guerras seja sela qual for. Para isso o líder deve se um perito, um sábio, como diz Sun Tsu “aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota”.

Mugabe falhou não percebeu que não devia fazer a reforma, se era justa reforma? Mesmo com reposta afirmativa não haviam condições para que os custos da reforma da forma como foi feita fossem menores do que manter-se os status quo. Na política não bastam ideias morais comuns para que uma causa seja considerada justa, é preciso uma outra moralidade a moralidade da sobrevivência do Estado, neste caso Mugabe foi imoral, pois não soube quando lutar ou se tinha ou não condições de vencer se lutasse, meteu-se num conflito prolongado internamente e internacionalmente que levaram o país a bancarrota. Como disse Sunt Tsu “obter cem vitórias em cem batalhas não significa o máximo da excelência. Excelência mais alta está em obter-se uma vitória e subjugar o inimigo sem, no entanto, lutar”.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

GRUPO DE MACACOS

Encontrei esta História numa compilação camada “textos da sabedoria”, é digno de reflexão.


"TRISTE ÉPOCA ! MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO".
Albert Einstein

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão.
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancadas. Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada.
Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato.
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."
Você não deve perder a oportunidade de passar esta história para seus amigos, para que, vez por outra, questionem-se porque estão batendo.

CONFLITOS SOBRE HERANÇA


Estive a rever o livro "Leitura Comparativa de Conflitos Sócio-Culturais
Chibabava, Dondo, Govuro E Maxixe" do pesquisador António da Costa Gaspar. Fui assistente de pesquisa para a produção deste trabalho, e já havia participado na produção do volume 1 destes estudos.

Uma das várias conclusões que o estudo chegou tendo em conta métodos quantitativos e qualitativos foi de que a herança leva a contos e que a disputo por bens materiais tem sido o que mais preocupa os participantes do conflito como se pode depreender do gráfico resultante dos dados tendo como fontes as elites locais dos distritos de Dondo, Chibava (Sofala) e cidade de Maxixe e distrito de Govuro (inhambane).

Na perspectiva das elites locais, ou seja, 75.0% de entrevistados deve-se a disputa sobre “Bens Matérias” contra 6.7% sobre a “Posse de Filhos”. Por seu turno, 25.0% dos entrevistados referiram a “Terra” e 11.7% mencionaram “Outros” motivos que podem degenerar em conflitos de herança. Este fenómeno verifica-se, de uma forma quase uniforme nas duas províncias onde a pesquisa foi realizada.
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terça-feira, 29 de julho de 2008

A LUTA CONTINUA


Esta foto fiz no distrito de Gorongosa no ano passado no mês de Setembro.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

PROAGRI UM MAR MORTO


Uma pastagem de hoje do Professor Serra no seu blog, refere-se a uma crítica do Macherica ao fracasso do Proagri. A critica do Macherica de entre outras coisas diz que o Proagri foi investimento em mais mais carros que na agricultura. Vou tentar regressar ao passado, porque eu em 2004 integrei uma equipa de três consultores para o Grupo Moçambicano da Dívida, para avaliar o Proagri. Bonito programa sem dúvida. Na altura eu dizia os que conseguirem por os caris da agricultura no terreno e o comboio em marcha será herói incontestável em Moçambique, talvez mais amados que muitos que participaram na luta armada de libertação de Moçambique.

Porque seriam heróis? Porque apesar de a terra e os homens terem sido libertados no acto da independência política, os homens em Moçambique não se libertaram da fome e outros problemas(mas fiquemos por hora pela fome). Ninguém a passar fome é um homem livre, a história demonstra isso. Por exemplo a Bíblia (um grande livro até para Marxistas como Brecht) relata que quando o povo de Israel fugiu do Egipto conduzido por Moisés, e passando privações de fome no deserto, vastas vezes lamuriaram que teria sido melhor que tivessem permanecido no Egipto mesmo que escravos, porque lá tinham garantia de uma mesa posta. Como Bob Marley diz na música “Them Belly Full But We Hungry”, Uma multidão com fome é uma multidão irritada.

Isto tudo para dizer que houve a independência de Moçambique, mas não total, está em perigo pela fome do povo apesar de ter terra e não há heróis na agricultura. Se quiserem ler o relatório que fizemos na altura podem encontraracenssando o site do Grupo moçambicano da Dívida no endereço: www.divida.org, ou aqui. É escusado repetir o que diz o relatório, mas de facto o bonito Proagri foi um Titanic que se afundou na primeira viagem.

terça-feira, 22 de julho de 2008

EU QUERO UMA MACHAMBA DE JETROFA



Mamãe eu quero uma machamba de jetrofa
Para poder combater a pobreza absoluta
Andar de 4X4 e Ganhar auto-estima
Deixa andar acabou chuva de Zambeze levou na cheia
Que trouxeram donativos
Agora é tempo de jetrofa

Apóstolo da Desgraça é meu vizinho
Tem inveja da minha auto-estima
Não quer plantar jetrofa
Só quer plantar milho
Deve ser da oposição

Pobreza absoluta acabou
Porque eu plantei jetrofa
Na machamba de milho
Agora tou pedir comida de calamidades
Para eu plantar jetrofa outra vez
Na macahmba de milho

quarta-feira, 16 de julho de 2008

OS CAMPONESES TAMBÉM PODEM!


Antes do fomento pecuário introduzido pela Actionaid em Namarrói apenas uma pessoa possuía cabeças de gado, onze no total. A Actionaid introduziu gado para servir de tracção animal. Existe um impacto positivo devido a introdução da tracção animal, reflectido pelo aumento do tamanho dos campos cultivados.

Muitas vezes acusa-se as pessoas simples de não poderem vencer obstáculos. Isto a propósito de discurso actual, revolução verde, combater a fome... O governo o que pensa neste caso? O de sempre grandes máquinas, adubos, etc e de preferência, poco pensa no meio ambiente, pois bem o meio ambiente que se lixe. Será que é possível vencer a fome sem os pontos de vista do governo absolutamente mecanizados e baseados em agrotóxicos? Acho que sim, mas felizmente não sou o único a acreditar. Vi um projecto da Actionaid em Namarrói onde os camponeses já conseguem cultivar campos maiores devido ao uso de tracção animal.

Eu em Namarrói constatei que devido ao projecto de tracção animal na localidade de Mudine actualmente existe 1 pessoa que produz 10 Hectares, 2 pessoas a produzirem 8 Hectares, 14 pessoas a produzirem 6 Hectares sendo 4 delas mulheres, 7 pessoas a produzirem 5 Hectares sendo 4 delas mulheres, 7 pessoas a produzirem 4 Hectares, 5 pessoas a produzirem 3Hectares sendo 2 delas mulheres e 3 pessoas a produzirem entre 1 a 1.5 Hectares todas mulheres. Destaca-se que a pessoa a produzir 10 Hectares é a mais antiga no projecto de fomento pecuário e antes do fomento pecuário apenas conseguia produzir 2 Hectares, para em 2004 ano em que passou a usar tracção animal passar a cultivar 3 Hectares, em 2005 passar para 4 Hectares, em 2006 passar para 6 Hectares, em 2007-8 passar para 10 Hectares.

Então os camponeses também podem!

DESENVOLVER O DISTRITO?


Foto 1, campo agricultura de conservação em Mudine feita pela Actionaid e a comunidade. Foto 2 , gado no campo de fomento de Mudine eita pela Actionaid e a comunidade

Quanto a mim Namarrói tem três projectos que são emblemáticos: O fomento de galinhas cangas ou galinhas do mato, o fomento de caprinos, cabras leiteiras e gado bovino para tração animal, a agricultura de conservação ou natural e a piscicultura.

O fomento de galinhas cangas considera-se sucesso absoluto, porque? Estas aves rebeldes que vivem no mato foi possível domesticar a partir dos ovos que foram fornecidos aos beneficiários, que após terem as crias ficavam com as mesmas e depois passavam os ovos para outros beneficiários num sistema de trepasse. O mesmo se fez com caprinos e gado bovino. A piscicultura permitiu a existência de muitos tanques com peixes. E a agricultura natural já existe como experiência em dois campos da Actionaid em comparticipação com a comunidade.

Acho interessante falar da agricultura de conservação por muitos motivos, um dos quais é de ser um sistema que respeita natureza e tem altos índices de produção mesmo sem usar agrotóxicos.

terça-feira, 15 de julho de 2008

NAMARRÓI




Estive no distrito de Nammarrói, há muito por se contar...