quinta-feira, 3 de abril de 2008

O ADEUS DE MUGABE?


No meio das eleições zimbabueanas é preciso observar o desaire relativo de Simba Makone. Não chega a presidência mas provavelmente contribuiu para tirar alguns votos a Mugabe e ao mesmo tempo para descongelar o ambiente aparentemente monolítico dentro do Partido ZANU-FP e das forças de segurança, que podem provavelmente permitir uma transição relativamente não conturbada do poder para a oposição se de facto o MDC e seu candidatado as presidenciais manterem as vantagens que a BBC citando os resultados da comissão eleitoral do Zimbabué publicou ontem. O ZANU_FP de Mugabe, conquistou apenas 97 assento e o MDC 99 assentos dos 210 existentes. Uma diferença pequena, mas importante para a oposição que quer mudanças no país que está a beira do colapso económico, mas é preciso ao mesmo tempo esperar pelos resultados das presidências uma vez que no Zimbabué o regime é presidencialista com amplos poderes para o presidente.

De qualquer modo esta mudança se ocorrer pode trazer vários benefícios a região, que passará a não ser apenas lembrado devido ao Mugabe o velho dinossauro. E veio na boa altura a abdicação voluntária do ex. presidente do Botswana Festos Mogae como mais um estímulo para as lideranças da ZANU- FP e as forças armadas do Zimbabwe para a aceitação da mudança, se bem que Mugabe irá lamentar não ter renunciado a maneira de Mogae deixando o poder com alguém do seu partido quando ainda havia tempo para não desgastar mais a imagem do partido e sua, restando ir para a oposição e, se tal acontecer provavelmente se assista a nova corrida no ZANU-FP para a substituição de Mugabe, que pelos vistos irá se agarrar ao poder do partido já que aparenta sofrer da ilusão de ser alvo de uma conspiração externa, esquecendo ele que houve alguém que criou as fragilidades internas para que as forças externas tivessem mais campo. De que adianta cantar com fome?

1 comentário:

chapa100 disse...

chagas acho o teu ultimo paragrafo bastante interessante! o rato entra na nossa cozinha quando distraidos esquecemos de fechar a porta.